quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A Crise Financeira


A crise financeira mundial que se avista à nossa frente com manchetes intimidadoras em todos os noticiários tem uma causa muito simples: A falta de liquidez no mercado. Traduzindo em miúdos, falta de dinheiro.
Existem duas economias paralelas. Aquela que todos conhecemos, onde recebemos o nosso salário final do mês, pagamos as nossas contas, compramos alguns produtos para a nossa subsistência, eventualmente alguns bens de consumo duráveis e por aí...
Mas também existe uma economia virtual, aquela dos investidores e dos banqueiros, onde o dinheiro não é de verdade, mas electrónico e fica saltando de galho em galho, procurando a melhor rentabilidade.
O que aconteceria se eu, tu, o vizinho e o vizinho do teu vizinho, fossemos aos bancos aos mesmo tempo levantar todo o saldo das nossas contas bancárias? Certamente o banco não teria caixa para deixar levantar todos os depósitos dos seus clientes de uma só vez.
Isso ocorre porque os bancos não nos emprestam dinheiro de verdade quando fazemos um financiamento. Eles simplesmente digitam alguns dados num terminal de computador e o crédito aparece como num passe de magia na nossa conta.
Quando vários investidores e especuladores resolvem ao mesmo tempo "realizar" os seus lucros obtidos através de especulação, adquirindo propriedades na economia real, instaura-se uma crise de liquidez.
Percebe-se então que não existe, todo aquele dinheiro virtual que circulava entre os bancos, que passam a desconfiar uns dos outros, culminando numa crise de confiança.
No início, a imprensa americana tentou atirar a culpa dessa crise nos mutuários do sistema de financiamento habitacional nos Estados Unidos, mas convenhamos, era preciso muito mais que uma centena de formiguinhas caloteiras para gerar uma crise desta proporção.
Mas quem vai pagar certamente será o Zé Povinho...

1 comentário:

Pedro Costa disse...

O Financial Times diz que a culpa é dos pretos (tinha que ser) e dos "hispanicos" (atenção que para eles os portugueses tambem são hispanicos).
O comendador Berardo disse (e o Mário Crespo traduziu) que a culpa se calhar é do Bin Laden.
O mundo, de um modo geral, diz que a culpa é do Bush.
Depois aparecem os economistas (sempre eles) a dizer que já sabiam que isto (não conseguem explicar o que é isto) ia acontecer.
Os políticos parecem umas baratas tontas.
Verdades, só duas: que o buraco é sempre um bocadinho mais abaixo, e que, mais uma vez, não são os ricos que pagam a crise. Nunca são!
Ah! Ainda falta ouvir o Moita Flores. Estou esperançado.