sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Há grandes Presidentes. E há Cavaco.


O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, condenou hoje a “especulação sem escrúpulos” de que Portugal tem sido alvo e apelou a Angola e ao Brasil para investirem “fortemente” nos títulos de tesouro portugueses.


“É preciso denunciar os especuladores sem escrúpulos que pairam sobre países como Portugal e Espanha, tal como certa imprensa norte-americana e britânica, criando desconfiança e gerando pânico com o objectivo de forçar a venda de títulos do tesouro a juros insustentáveis”, defendeu o chefe de Estado timorense.•

Num comunicado hoje divulgado, Ramos-Horta afirmou que “todos os indicadores apontam para que o que se passa em Portugal é diferente do ocorrido na Irlanda”.

“Os bancos portugueses estão relativamente sólidos e Portugal tem feito sacrifícios e procedido a ajustamentos para reduzir o défice”, sustentou.

O Nobel da Paz criticou ainda a atitude de alguns economistas norte-americanos e britânicos que “jamais souberam antecipar ou denunciar as crises nos Estados Unidos ou na Grã-Bretanha e agora se revelam ‘Einsteins’ na matéria”.•

Ramos-Horta garantiu que Timor-Leste tem “total confiança na economia, nos bancos e no Governo de Portugal”. “Se a decisão me coubesse, como chefe de Estado não hesitaria em investir fortemente nos títulos do tesouro portugueses, mesmo abaixo do actual juro que, mesmo assim, já está muito acima do pago a Timor-Leste por investir nos títulos do tesouro dos Estados Unidos”, sublinhou.•

No comunicado, o Presidente apelou aos “países com alguma folga financeira, como Timor-Leste, Angola e o Brasil” para “investirem fortemente nos títulos do tesouro portugueses”

Ramos-Horta ressalvou ainda que este apelo não é feito “por solidariedade para com Portugal, mas com sentido pragmático de Estado, por se tratar de um investimento num país amigo e com uma gestão muito séria, nomeadamente enquanto membro da OCDE”.

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