sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O SENHOR PROCURADOR!...


Era uma vez um procurador adjunto do Mi(ni)stério Público que procurava na Madeira. Por razões não explicadas, mas certamente relacionadas com a solidão que ataca muitas pessoas que vivem em ilhas, o procurador-adjunto gostava de frequentar à noite casas de alterne e de se (ad) juntar às raparigas que ali ganhavam a vida.

Tudo parecia correr bem, até ao dia em que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) efectuou uma rusga ao bar e algumas das raparigas brasileiras que lá trabalhavam identificaram o procurador como cliente habitual, com direito a bebidas e sexo grátis, em troca de informações sobre um processo que corria contra um dos proprietários do bar.
Consequência imediata da denúncia, foi levantado um processo disciplinar ao procurador que, face à evidência das provas, foi suspenso pelo Conselho Superior do Ministério Público por 210 dias e obrigatoriedade de transferência para uma comarca do distrito judicial de Lisboa.

Pena leve para tão torpe crime de um agente da justiça, pensarão alguns. Diferente, porém, foi a opinião do procurador. Inconformado com a pena, recorreu para o Supremo Tribunal da sua área que considerou a versão das raparigas “inverosímil” e “fantasiosa”, porque “o procurador nunca tinha sido alvo de um processo semelhante”.

Ora aqui está um argumento inteligente e bem fundamentado, que poderá vir a ser utilizado por advogados perspicazes, no dia em que lhes couber defender um energúmeno que matou à pancada a mulher.
“ O meu cliente culpado, senhor dr. Juiz? Ele nunca matou nem sequer uma mosca, nunca atropelou cão nem gato e trata com desvelo a amante, como é que pode ser acusado de tão nefando crime?”

Mas e o testemunho dos filhos?- retorquirá o juiz.
Confortado com o argumento dos outros magistrados, de que não seria admissível que uma alternadeira estivesse à altura de extrair de um magistrado informações secretas, o perspicaz advogado reiterará:

“ Ora, os filhos, Meritíssimo! Gente nova que gosta de passar as noites em discotecas, beber uns shots , por vezes até fumar o seu charrozito e deitar-se quando o Sol vai alto, que credibilidade pode ter? Nos tempos que correm os filhos perderam o respeito pelos pais, se eles não os cumularem de presentes, são muito bem capazes de fazer chantagem. Deveremos dar-lhes credibilidade, Meritíssimo?"

PS:
Não sei porquê, cada vez há mais juízes armados em psicólogos, que sem mais decidem quem mentiu ou não num processo, só "porque sim". Mais grave ainda é a sensação de se protegerem todos uns aos outros. Será que o intuito é proteger a dignidade e o prestígio da classe?

Desta maneira só se enterram...

Não se pode dar crédito a nenhuma prova que incrimine semelhantes pessoas, intocáveis, defensoras da imoralidade e da traição a um povo cansado de escândalos de vários tipos.

Deus meu! Todos os dias tomamos conhecimento de novos nomes interligados em acções de 'promiscuas irregularidades' e o que (não) me surpreende é que todos eles estão protegidos por um 'background' bem montado, que continua a protegê-los, o qual é possível manter, na mentalidade dessa gente, enquanto o povo se mostrar ignorante, passivo ao que está acontecendo, duma indecência que se tornou insuportável para os que, sozinhos, pouco ou nada estão a conseguir fazer. Nesta lógica e convicção, vão continuar sempre nesta situação ..., sempre na esperança de que o povo continue a dormir.

Mas, espero que este povo, o nosso povo PORTUGUÊS (onde eu me incluo com orgulho) mude e saiba "que a justiça é cega", como se diz usualmente e seria muito bem, mas é sempre para os mesmos que ela é cega e por vezes estúpida de entender...porque aos grandes a justiça vê e Vê muito melhor do que eu que já estou a ficar míope, talvez da idade.

É uma catástrofe mirabolante um país ter duas justiças...a dos ricos...nomes...e dos comuns, vulgares, pobres, por isso muitos não gostem, mas eu gosto do Marinho Pinto...
Porque Marinho Pinto tem sido e continuará a ser um incomodo "um OSSO duro de roer" para muitos que se sentem confortáveis com a nossa justiça?...

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