terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O MAL QUE CONSEGUES PENETRAR EM TODOS FILOMENA!...


Gosto de escavar na voz interior, no meu interior, não das vísceras a que ligamos a humanidade, mas da única víscera que nos faz aprofundar a úlcera dos sentidos, aquela víscera que nos sabe a medo e a sublime, que nos assusta e nos impele para o âmago do animal.

Todos os gestos analiso e questiono e repenso e refaço, mas nunca de forma a transformar o acto mental em físico, como se uma atadura, uma armadura me tolhesse e espartilhasse os movimentos. Só me movo por dentro do cérebro, em viagens indistintas, amálgamas de sonhos, antecipações ou ruminações de passados mais ou menos presentes. Mole e pesado corpo numa vivida componente de sinapses, água e electrólitos, uma electricidade que não detona qualquer bomba.

Vou amarfanhando os papéis que, ao longo das horas, começo a escrever dentro da minha pele, sem nervos nem músculos. Quando me deito e aguardo pelo bem-vindo apagamento, amarroto o que restou do dia e deito-o para o buraco negro da noite.

1 comentário:

Anónimo disse...

Um bom Texto, pena que que o percas com esta inútil que é a Filomena...