
O proto-programa económico do PSD advoga, como se antecipava, a defesa da poupança do Estado, das empresas e das famílias. E defende que as exportações e o investimento privado devem ser os motores da economia.
Eu percebo que a incoerência da frase anterior não seja transparente. Mas é fácil desnudá-la. Comecemos pela poupança das empresas. Importa notar que os lucros de uma empresa têm 2 destinos: lucros não distribuídos e lucros distribuídos (pelos sócios, ou pelos accionistas, consoante o caso). A poupança das empresas, que o PSD quer ver crescer, só pode ser aumentada se os lucros não distribuídos crescerem. O que, na cabeça iluminada de quem fez o programa eleitoral, seria uma forma de as empresas resolverem os seus problemas de estrutura de capitais: leia-se reduzir o endividamento. Sucede que se as empresas não distribuírem lucros, e tentarem o pagamento das suas dívidas por essa via, se gera um duplo paradoxo:
1. De onde vem a capacidade para as empresas investirem? Se os lucros não distribuídos são primordialmente afectos à redução de dívidas, onde estão os fundos para as empresas investirem? Endividando-se mais?
2. Se os lucros não são distribuídos, como espera o PSD que os empresários tenham incentivos a dinamizar a actividade económica? E a nível do mercado bolsista, sem dividendos, como espera o PSD tornar as acções atractivas para investidores não especulativos? Deseja criar um novo crash?
A economia não é uma ciência exacta, mas também não é um exercício de cartomancia. Há objectivos incompatíveis. O que o PSD sugere é uma impossibilidade. Ou um acto de fé no investimento privado: que teria lugar mesmo sem retornos.
Eu percebo que a incoerência da frase anterior não seja transparente. Mas é fácil desnudá-la. Comecemos pela poupança das empresas. Importa notar que os lucros de uma empresa têm 2 destinos: lucros não distribuídos e lucros distribuídos (pelos sócios, ou pelos accionistas, consoante o caso). A poupança das empresas, que o PSD quer ver crescer, só pode ser aumentada se os lucros não distribuídos crescerem. O que, na cabeça iluminada de quem fez o programa eleitoral, seria uma forma de as empresas resolverem os seus problemas de estrutura de capitais: leia-se reduzir o endividamento. Sucede que se as empresas não distribuírem lucros, e tentarem o pagamento das suas dívidas por essa via, se gera um duplo paradoxo:
1. De onde vem a capacidade para as empresas investirem? Se os lucros não distribuídos são primordialmente afectos à redução de dívidas, onde estão os fundos para as empresas investirem? Endividando-se mais?
2. Se os lucros não são distribuídos, como espera o PSD que os empresários tenham incentivos a dinamizar a actividade económica? E a nível do mercado bolsista, sem dividendos, como espera o PSD tornar as acções atractivas para investidores não especulativos? Deseja criar um novo crash?
A economia não é uma ciência exacta, mas também não é um exercício de cartomancia. Há objectivos incompatíveis. O que o PSD sugere é uma impossibilidade. Ou um acto de fé no investimento privado: que teria lugar mesmo sem retornos.
Há já me esquecia, o seu fato aqui na foto foi mesmo da apresentação do seu programa eleitoral, e lembra um pouco aqueles que sempre defenderam África como nossa, os colonizadores!...